A Angioplastia como Recurso Emergencial em Procedimentos Cardíacos
A Angioplastia como Recurso Emergencial em Procedimentos Cardíacos
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com elevação do segmento ST (IAMST) é uma condição que resulta da obstrução das artérias coronárias e pode causar isquemia e morte do tecido cardíaco.
A angioplastia, um procedimento de reperfusão mecânica crucial em procedimentos cardíacos, possui grande eficácia quando utilizado nas primeiras horas do aparecimento dos sintomas do IAM e tem como objetivo a desobstrução dos vasos lesionados e consequentemente melhora na perfusão sanguínea e diminuição da morte do miocárdio.
No texto de hoje iremos compreender como a urgência de realizar a angioplastia precocemente como parte do tratamento para IAMST pode prevenir consequências graves para os pacientes. Confira.
O Que é Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com Supradesnivelamento do Segmento ST
Acometendo uma grande parte da população brasileira, as síndromes coronárias são as principais causas de morte no país.
Estima-se que cerca de 8% dos adultos brasileiros com mais de 40 anos podem sofrer de síndrome coronariana aguda. Embora ainda apresente altas taxas de mortalidade, com a chegada de técnicas de angioplastia muitas mortes puderam ser evitadas.
Conhecida também como intervenção coronária percutânea, a angioplastia é uma das técnicas de reperfusão mais utilizadas hoje em dia, devido à sua grande diminuição de complicações e sua mínima invasão.
Essa técnica é utilizada no tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST, objetivando a desobstrução das coronárias através de um cateter balão e consequente melhora no fluxo sanguíneo.
No entanto, é muito importante ressaltar que a angioplastia deve ser iniciada nos primeiros noventa minutos de um IAM, para garantir a máxima eficiência do tratamento, para que haja um fornecimento de sangue precocemente, diminuindo os danos gerados pela isquemia.
Resultados de um Estudo de Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento de ST
No artigo “Os Benefícios da Angioplastia nas primeiras horas do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST”, publicado na Revista Interdisciplinar em Saúde de 2018, os autores defendem que foi possível observar uma redução da mortalidade nos primeiros 30 dias dos pacientes que passaram pela angioplastia dentro dos primeiros 60 minutos do infarto.
O artigo também discorre sobre um estudo de campo realizado na cidade de Fortaleza, que tinha como com o objetivo de analisar prontuários de pacientes diagnosticados com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST e submetidos ao tratamento com angioplastia.
A coleta de dados foi realizada em abril de 2018, utilizando prontuários de pacientes admitidos entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de dezembro de 2016 que atendiam aos critérios de inclusão, totalizando cinquenta prontuários selecionados.
Um questionário semiestruturado foi utilizado para coletar dados relevantes para os objetivos da pesquisa. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando o SPSS, com uma significância estabelecida em 5%.
O estudo visava melhorar o tratamento de pacientes com obstrução coronariana e, consequentemente, melhorar sua qualidade de vida, mantendo a privacidade dos pacientes e garantindo a confidencialidade dos dados coletados.
O estudo examinou 50 prontuários de pacientes tratados com angioplastia no Hospital do Coração de Messejana por causa de um tipo específico de ataque cardíaco chamado Infarto Agudo do Miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMST).
Notavelmente, a maioria dos pacientes era do sexo masculino (72%) e com menos de 70 anos de idade (60%). A análise dos prontuários revelou que a maioria desses pacientes apresentava problemas cardíacos prévios, como hipertensão.
Os resultados indicaram que o tempo decorrido entre o início dos sintomas e a realização da angioplastia foi geralmente inferior a 12 horas (62%).
Após o procedimento, a maioria dos pacientes experimentou um alívio dos sintomas (68%) e todos foram submetidos à colocação de um stent para melhorar o fluxo sanguíneo. Complicações durante o procedimento foram raras (0%), porém cerca de 4% dos pacientes relataram complicações após o tratamento, como persistência da dor no peito e náuseas.
Descobriu-se que pacientes que esperaram mais de duas horas após o início dos sintomas para a angioplastia tinham maior probabilidade de complicações após o procedimento.
Além disso, foi observada uma ligação significativa entre atrasos no tratamento e persistência da dor no peito. Esses resultados destacam a importância de buscar tratamento rapidamente para reduzir o risco de complicações adicionais e melhorar a recuperação do paciente.
Embora a angioplastia tenha sido considerada geralmente segura, complicações após o procedimento foram mais comuns em pacientes que receberam tratamento tardiamente. Por outro lado, certas complicações relatadas em outros estudos, como retenção urinária e alterações no ritmo cardíaco, não foram encontradas nos prontuários examinados neste estudo.
Impacto da Intervenção Precoce no Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio
Os resultados do estudo destacaram a importância da intervenção precoce no tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMST).
A análise dos prontuários revelou que a reperfusão precoce através da angioplastia desempenha um papel crucial na reversão dos sintomas e na redução das complicações pós-procedimento.
A predominância de complicações em pacientes submetidos tardiamente ao tratamento enfatiza a necessidade de acesso rápido aos serviços de emergência e tratamento especializado, visando melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida dos pacientes.
Esses achados não apenas reforçam a importância do aperfeiçoamento técnico na prática clínica, mas também ressaltam a necessidade de implementação de estratégias que promovam o acesso rápido e eficaz ao tratamento do IAMST.
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Referências Bibliográficas
Alves, G.A.C.D., Silva, W.A., Andrade, A.N., Ribeiro, A.G.F. (2018). Benefícios da Angioplastia nas primeiras horas do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. Revista Interdisciplinar em Saúde, 5(4), 641-654. ISSN: 2358-7490. Disponível em: https://interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_20/Trabalho_02.pdf